quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Esquema exemplificativo




Mónica Medeiros

Visão global da Mensagem …

Mensagem é a única obra completa publicada em vida de Fernando Pessoa. Contém 44 poemas, escritos entre 21 de Julho de 1913 e 16 de Março de 1934. A sua publicação acontece em 1 de Dezembro de 1934, dia das comemorações da Restauração de 1640. Concorrente ao "Prémio Antero de Quental", foi preterida a favor de Romaria, uma colectânea de versos do padre Vasco Reis, que ilustrava a fé do povo como convinha ao regime de então. Teve de se contentar com o prémio de segunda categoria. Hoje é reconhecida como uma obra capital da poesia portuguesa.

Mónica Medeiros

A minha mensagem …

Eu apelo-vos a uma vida baseada no sonho, na loucura, na ambiçao com vista o horizonte.
Sejam insatisfeitos, inconformados, para assim conseguirem alcançar o Quinto Império, a verdade.


MÓNICA MEDEIROS

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Constituição da Mensagem

I. OS CAMPOS
Primeiro: Os castelos
Segundo: O das Quinas

II. OS CASTELOS

Primeiro: Ulisses
Segundo: Viriato
Terceiro: O Conde D. Henrique
Quarto: D. Tareja
Quinto: D. Afonso Henriques
Sexto: D. Dinis
Sétimo (I): D. João O Primeiro
Sétimo (II): D. Filipa De Lencastre

III. AS QUINAS
Primeira: D. Duarte, Rei De Portugal
Segunda: D. Fernando, Infante De Portugal
Terceira: D. Pedro, Regente De Portugal
Quarta: D. João, Infante De Portugal
Quinta: D. Sebastião, Rei De Portugal
IV. A COROA
Nun'Álvares Pereira

V. O TIMBRE

A Cabeça Do Grifo: O Infante D. Henrique
Uma Asa Do Grifo: D. João O Segundo
A Outra Asa Do Grifo: Afonso De Albuquerquze

SEGUNDA PARTE: MAR PORTUGUÊS

I. O Infante
II. Horizonte
III. Padrão
IV. O Mostrengo
V. Epitáfio De Bartolomeu Dias
VI. Os Colombos
VII. Ocidente
VIII. Fernão De Magalhães
IX. Ascensão De Vasco Da Gama
X. Mar Português
XI. A Última Nau
XII. Prece

TERCEIRA PARTE: O ENCOBERTO

I. OS SÍMBOLOS
Primeiro: D. Sebastião
Segundo: O Quinto Império
Terceiro: O Desejado
Quarto: As Ilhas Afortunadas
Quinto: O Encoberto

II. OS AVISOS
Primeiro: A Bandarra
Segundo: António Vieira
Terceiro: ('Screvo meu livro à beiramágoa.)

III. OS TEMPOS
Primeiro: Noite
Segundo: Tormenta
Terceiro: Calma
Quarto: Antemanhã
Quinto: Nevoeiro

Cátia Medeiros

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Retirado da "Mensagem"

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te portugueses.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(F. Pessoa, in A Mensagem,
O Infante, Segunda Parte - Mar Portugueses)

MÓNICA MEDEIROS

MENSAGEM

É uma obra épica, lírica,, simbólica, esóterica, ocultista. repleta de espiritualidade.

Frenando Pessoa "pega" nas figuras históricas e reenvia-as para um plano espiritual, aproveitando as suas essências para assim chegarmos mais facilmente ao Quinto Império.

MÓNICA MEDEIROS

ÁLVARO DE CAMPOS

1ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS – DECADENTISMO (“Opiário”, somente)
- Abulia, tédio de viver
- Procura de sensações novas
- Busca de evasão

2ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS
• Futurismo
- Elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”, Ode Triunfal)
- Ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional
- Atitude escandalosa: transgressão da moral estabelecida
• Sensacionismo
- Vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro)
- Sadismo e masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente, / tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões...”, Ode Triunfal)
- Cantor lúcido do mundo moderno

3ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS – PESSIMISMO
- Dissolução do “eu”
- A dor de pensar
- Conflito entre a realidade e o poeta
- Cansaço, tédio, abulia
- Angústia existencial
- Solidão
- Nostalgia da infância irremediavelmente perdida (“Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”, Aniversário)




MÓNICA MEDEIROS

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O dos Castelos



Catarina Vasconcelos
O DOS CASTELLOS

A Europa jaz, posta nos cotovellos:
De Oriente a Occidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabellos
Olhos gregos, lembrando.


O cotovello esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquelle diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se appoia o rosto.


Fita, com olhar sphyngico e fatal,
O Occidente, futuro do passado.


O rosto com que fita é Portugal.

Catarina Vasconcelos
ULYSSES

O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.


Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.


Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundal-a decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.

Catarina Vasconcelos