O episódio da Ilha dos Amores localiza-se no final do canto IX e dá-se durante a viagem de regresso da armada portuguesa responsável pela pioneira jornada que ligou Portugal à Índia por mar. Dirigiam-se para a pátria os navegadores lusitanos autores de tão grandioso feito quando avistaram a Ilha Namorada deslocando-se ao seu encontro. A localização geográfica da Ilha não é mencionada porque não é revelante, o que importa é que ali foi conduzida por Vénus para se cruzar com a armada portuguesa.
Assim, os portugueses depararam-se com uma ilha paradisiaca de paisagens exuberantes que lhes porprociona o merecido descanso e oferece prazeres raramente dirigidos aos mortais. Neste território, podem os homens satisfazer todos os sentidos, quer através dos inumeros manjares disponiveis, quer atravé da companhia de belas deusas. Mas nada disto é real, a Ilha não é mais do uma metáfora usada para materializar a recompensa dos portugueses pelos feitos atingidos e os prazeres nelas presentes uma representação dos prémios por em tanto dilatarem, em fama e glória, a pátria. O contacto com as Ninfas representa o prémio máximo pois, ao aproximar os navegadores destes seres, Camões compara-os aos deuses e eleva-os à condição de imortais.
Deste modo, podemos concluir que é possivel aos humanos atingir a imortalidade mas, para tal de nada valem a cobiça e a ambição, há que ser autor de obras verdadeiramente valerosas.
Mónica Medeiros
quinta-feira, 22 de maio de 2008
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